Fisioterapia: Encurtamento Muscular, tem solução?

Por: Renato Freitas

Atualmente a ciência esportiva tem mostrado grandes resultados comprovados nos desempenhos de atletas de auto-rendimento. Em relação aos alongamentos já está claro que um atleta com boa amplitude de movimento tem grandes vantagens em relação a outros com limitações.

O ritmo de vida cotidiana que temos atualmente nos coloca em constante movimento que na maioria das vezes torna os movimentos mecânicos, diminuindo cada vez mais a percepção do próprio movimento e do corpo. As posturas que adquirimos inconscientemente, as ações nos trabalhos que realizamos mecanicamente, mais o excesso de informações que retemos durante os dias, provocam aumento da tensão da estrutura miofascial (pele e músculo). Com o passar do tempo o músculo vai se encurtando, a pele que está aderida ao músculo se encurta também, sendo suprida de diversos receptores sensitivos no qual vão aumentando o limiar de sensibilidade à medida que vai se retendo, diminuindo cada vez mais a percepção. É aí que muitas vezes aparecem as lesões, distensões, mialgias etc. Pela retenção da pele os fluidos não circulam diminuindo cada vez mais a nutrição do mesmo (pele ressecada) e do músculo.

Se avaliarmos um triatleta, por exemplo, verificaremos que ele é “encurtado”. A pele ao ser esticada resistirá por está extremamente aderida ao músculo. Se um triatleta realiza muitos movimentos, por que ele é “encurtado”? A mecanicidade, a falta de concentração nas ações que realizamos, as posturas que adquirimos involuntariamente, são fatores que levam a alterações da tensão e possível encurtamento da estrutura miofascial. Então se a causa do encurtamento da estrutura miofascial é a alteração da tensão, o que devemos fazer para evitar os encurtamentos?

Eutonia é uma das ciências que estuda o tônus (palavra cuja a etimologia vem do grego eu, bom, harmonioso, e tônus tensão). Ela aborda a educação psicofísica, toda as influências psicológicas são somatizadas (vão para o físico).

Gerda Alexander, uma alemã estudiosa no assunto, sugere a percepção psicofísica o contato consciente, um alinhamento postural concentrado. Quando realizamos movimentos concentrados no que estamos fazendo ou quando conscientizamos a nossa postura trabalhando a respiração lenta e profunda, o tônus tende a equilibrar. Através dessas práticas os receptores da pele vão se sensibilizando ao ambiente permitindo uma boa elasticidade da pele, a atividade neural vai se equilibrando conseguindo um possível relaxamento muscular.

O terapeuta esportivo pode utilizar esta ciência como possível solução do encurtamento da estrutura miofascial, equilibrando o tônus e melhorando os fluídos da pele através da tração cutânea consciente, por conseqüência, permite o livre acesso do músculo através dos exercícios de alongamento.

A educação psíquica tem grande influência no desempenho do atleta, sugiro que tome conhecimento nesse assunto que está cada vez desenvolvendo mais.